Nem todo mundo curte, mas todo mundo conhece os Titãs, e bem poucos conhecem a veia literária de Tony Bellotto, guitarrista da banda. Desde pequeno Bellotto se divide entre a música e a literatura, alternando Ernest Hemingway com The Beatles, Jorge Amado com Caetano. Apesar das duas paixões, o lado roqueiro acabou prevalecendo durante grande parte da sua vida se dedicando aos Titãs, mas, em 1994, durante umas longas férias dos palcos, Tony conseguiu dar vazão ao seu lado escritor e no ano seguinte publicou pela Companhia das Letras seu primeiro romance policial “Bellini e a Esfinge”.
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Nossa avaliação - 8.0 |
Durante a investigação, descobrimos que Bellini tem um passado traumático que envolve sua família; que sua relação com as mulheres nunca evolui do campo sexual; e que seu jeito sarcástico e cínico dá aquele toque de tragicomédia à trama (sem contar as referências à mitologia greco-romana).
Com característica de um filme noir, com referências à música (especialmente ao blues), ao cinema e à literatura, temos aí um livro super bem escrito (não é para menos), de leitura fácil, fluída e que prende a atenção do leitor do começo ao fim.
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Nossa avaliação - 6.5 |
Conforme a leitura avança, vai surgindo uma dúvida: qual a relação entre as duas histórias?; e é só bem depois que percebemos uma pequena relevância entre elas. No fundo, no fundo, Tony faz uma singela homenagem à Hammett e apenas isso. O que interessa na verdade nunca é aquilo que parece ser. Prova disso são as constantes reviravoltas que este caso demoníaco possui.
Em 2001, Tony lançou dois livros: mais um romance policial intitulado “BR 163 – duas histórias na estrada”, que conta a história de Lavínia (uma policial) e Selene (uma prostituta) e de como suas histórias se cruzam na estrada, e o infanto-juvenil “O Livro do Guitarrista”, com dicas sobre discos e histórias do rock, pelo selo Companhia das Letrinhas. Infelizmente, não tive ainda a oportunidade de ler o “BR 163”, mas fiquei super curiosa e assim que eu der um pulinho no sebo vou procurar por ele.
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Nossa avaliação - 8.0 |
Eu sou suspeita, pois adorei todas as histórias do Bellini, mas essa me deixou um pouco triste, sei lá. Vale a pena ler todos eles e ver a evolução (ou não) do detetive ao longo dos três livros. Pessoalmente, gostaria muito que o Tony escrevesse um último livro sobre o personagem, dando um closing, mas não acho que isso vai acontecer, infelizmente. No fim, acho que o leitor cria uma relação de dependência muito forte com os personagens que protagonizam mais de um livro, ficando sempre na torcida para que dê tudo certo.
Em 2007 foi a vez de “Os Insones”, uma crônica com a cidade do Rio de Janeiro como pano de fundo e sobre a vida de vários jovens que têm urgência em viver, mas que de alguma forma não se encaixam no mundo. Depois, em 2010, veio “O Buraco” sobre a vida de um ex-roqueiro dos anos 80 que da mesma forma que conheceu o sucesso meteórico, caiu com a mesma rapidez no esquecimento.
Não cheguei a conhecer estes trabalhos do Tony, então já vi que a minha listinha de leitura vai aumentar!


Se alguém viu o filme, deixe um comentário sobre sua opinião e diga o que achou, ok?
Além de escritor e músico, Tony Bellotto também é apresentador do programa Afinando a língua, do Canal Futura.
Confiram as capas dos outros livros:
Confiram as capas dos outros livros:
Só li o primeiro livro e gostei. Não sabia que ele já tinha uma obra tão extensa assim. Não gostei muito das capas da série do Bellini, menos ainda a que tem o Fábio Assunção. Nada contra o Fábio Assunção, mas eu imaginava o Bellini bem diferente.
ResponderExcluirGostei das capas dos últimos livros. Deu pra notar que quem faz as capas gosta muito de preto-e-branco, variações de cinza, desbotado, desfocado e paisagens urbanas, né? Exceto a do meio, claro.
Adorei as resenhas.
Super resenhas. Também não sabia que ele tinha tantos livros publicados. Como você mesma disse, já vi que minha listinha vai aumentar, kkkkkkk.
ResponderExcluirBjnhs e, mais uma vez, parabéns à vocês, meninas!