sábado, 7 de abril de 2012

Trilogia Millennium (Carla Cristina Ferreira e Renata Lima)



Karl Stig-Erland Larsson, mais conhecido como Stieg Larsson, foi jornalista e escritor sueco que infelizmente não viveu para testemunhar o sucesso de sua obra: a trilogia Millennium. Apesar de todas as ameaças de morte que recebeu por sua luta pelos Direitos Humanos e pelas denúncias dos regimes neofascistas e racistas, Larsson acabou falecendo em consequência de um ataque cardíaco em 2004.

A trilogia Millennium não é fácil de ler. Se você não prestar atenção, pode acabar se confundindo com as explicações e o desenrolar da história. Muita gente me diz que “fulano recomendou” ou que “leu sobre os livros em algum lugar”. Nós só recomendaríamos essa trilogia para quem realmente gosta de ler. Se você é daqueles que fica agoniado só de ver que parece que o livro não acaba nunca, pode começar a correr.

Nossa avaliação - 7.5
Publicado em 2008 pela Companhia das Letras, “Os Homens que Não Amavam as Mulheres” é um livro longo e bastante denso de 528 páginas. O início é um pouco lento e você começa a pensar “caramba, tô aqui perdendo meu tempo com esse trambolho e nada acontece”, então a história começa a ficar interessante e tudo o que aconteceu antes começa a fazer sentido e se encaixar. Se você começou a ler e já está pensando em desistir, dê uma chance e continue. No final, vai valer a pena!

Tudo começa com o desaparecimento de Harriet Vanger, em 1966. De lá para cá, em todos os anos seu tio Henrik recebe de aniversário uma flor emoldurada, exatamente como a sobrinha lhe presenteava antes de desaparecer. Henrik está convencido de que “os presentes” são uma forma de o assassino atormentá-lo, já que o corpo de Harriet nunca foi encontrado.

Para desvendar esse mistério, Henrik contrata os serviços do jornalista Mikael Blomkvist, que, após ser acusado de difamação, aceita a proposta de Henrik sob a condição de este lhe fornecer subsídios para manter a revista Millennium funcionando. E para dar uma mãozinha a Mikael, surge a nossa heroína Lisbeth Salander: uma hacker da pesada que é pau para toda obra.

Nossa avaliação - 8.5
Em “A Menina que Brincava com Fogo” e “A Rainha do Castelo do Ar”, ambos lançados em 2009, a Millennium está preste a publicar uma edição sobre tráfico de mulheres, mas os responsáveis pela matéria são assassinados. A arma do crime também foi utilizada em outro homicídio e as digitais encontradas pertencem a Lisbeth. Desta vez Mikael está empenhado em provar a inocência de Lisbeth, mas para isso precisará desmascarar um esquema que envolve policiais e políticos corruptos.

Para quem pensa que Lisbeth é uma garota frágil, pode se preparar para encontrar uma mulher determinada e disposta a tudo para provar que é inocente e mostrar os verdadeiros culpados. Conforme vamos nos aprofundando no enredo, conhecemos Lisbeth em toda a sua obscuridade: uma mulher cheia de tatuagens e piercings que se sente à margem de tudo e de todos. Ela vive em seu mundo, intocado e inóspito, e reage a qualquer um que tente um pouco mais de intimidade. Por essa postura e por sua apresentação pessoal, Lisbeth é julgada (bem por alguns, mal por outros e perversamente por outros) e muito acontece no livro por causa desse julgamento precoce que fazem dela e de sua emancipação, o que causa a ela profundos traumas.

Lisbeth é mesmo o destaque da trilogia, não só porque os dois últimos livros giram em torno dela e da figura de seu pai, mas porque ela é a personagem que mais se desenvolve dramaticamente. Se no primeiro livro Lisbeth é alguém que ajuda Mikael a resolver um mistério, nos outros dois livros é Mikael que tem que vir resgatar Lisbeth de toda a confusão envolvendo sua vida, desde criança.

Nossa avaliação - 9.0
Os dois últimos livros estão profundamente relacionados e é impossível terminar “A Menina que Brincava com Fogo” sem querer sair correndo para ler “A Rainha do Castelo do Ar”. Estes livros precisam ser LIDOS de verdade porque o tempo todo são feitas referências ao que aconteceu no livro anterior, então é preciso de concentração para recordar lugares e principalmente personagens. Por ser um livro sueco, é muito fácil se confundir em algum momento (os nomes próprios são muito parecidos); então fiquem atentos!

O bom de toda a trilogia Millennium é que ela é interessante e consistente, além de ter princípio, meio e fim, o que é essencial. Imagina ler mais de 1800 páginas e no fim não ter uma conclusão de tudo aquilo? É de matar, né? Então não se preocupe, porque com essa trilogia você terá a certeza de que a história realmente teve um final.

Uma trilogia dark, com cenas fortes de abuso, lesbianismo e homicídio. Prepare-se para fortes emoções!

Sobre os filmes:

Em 2009 a trilogia Millennium foi adaptada para o cinema sueco e são bem fiéis aos livros, mas também são meio confusos, principalmente o terceiro. É daqueles filmes, tipo "A Origem", em que se você piscar perde parte da ação e acaba se perdendo pelo resto do filme. O trilogia começou a fazer tanto sucesso que, obviamente, Hollywood resolveu pegar carona nesse barco e em 2011 lançou "Millennium - Os Homens que Não Amavam as Mulheres" com Rooney Mara no papel de Lisbeth e Daniel Craig como Mikael.

Para quem quer ver a versão sueca, dia 10/04 o Max exibe o filme "Os Homens que não Amavam as Mulheres" às 19h25.

Viu as duas versões? O que achou? Deixe sua opinião!

Capas da versão econômica lançada em 2010. Pode-se comprar o pacote com os três livros ou os livros separados.



Olhem que capas diferentes, como se fossem capas da revista Millennium:

7 comentários:

  1. aiii.. queria tempo pra ler!!! :(

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  2. Legal meninas. Para variar estão de parabéns!
    Beijokas da fã nr. 1

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  3. Adorei o comentário sobre a trilogia e como vcs. escreveram já havia comentado sobre o 3º livro c/alguém e foi uma coisa assim por acaso. Estava dentro de um elevador e vi a ascensorista lendo um livro grossão (ela estava mais ou menos na metade do livro). No dia seguinte entrei no mesmo elevador e lá estava a ascensorista c/ o mesmo livro só que já no finalzinho aí fiz o comentário: Esse livro deve ser muito bom. Ontem vc. estava quase na metade e hoje já está no finalzinho. Então ela me falou da trilogia e disse até que tentar me emprestar só que só vou ao prédio qd. tenho consulta médica, ou seja, a minha ida lá agora só no ano que vem!!!!!!!! Já tinha ficado curiosa agora c/ o comentário de vcs. fiquei mais ainda. bjs.

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    1. Célia, vc comentou comigo no dia do batizado da Mari. Não sei se você gosta de ler, mas se gosta, é uma boa pedida.
      Se não gosta, não recomendo porque como dissemos lá em cima, é um livro denso e bem intrincado.

      Bjs

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  4. Queria ler tanta coisa, invejo vocês, meninas! Essa trilogia é de uma vontade imeeeeeeeeeeeeeeensa de ler! Ui!
    Tem os filmes e eu queria ler antes de ver (que mania maledeta essa minha!), mas queria os filmes sem serem os americanizados sabe? #odeioDANIELCRAIG!
    E geralmente Hollywood fode com tudo!

    Minha leitura febril tá meio gélida, preciso de um emprego ou um estágio now! A personagem parece tãaããão atrativa meu deussssssss!

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    1. kkkk Aline, leia, acho que vc vai adorar. Eu li antes e vi os filmes depois. A Rainha do Castelo de Ar eu tinha o filme gravado, mas estava no finalzinho do livro, não queria ver antes.

      Essas últimas duas semanas foram meio chatas pra mim, acabei não lendo quase nada a não ser os dois livros do Nicholas Sparks. Comecei Alta Tensão, mas parei. Comecei Ao Cair da Noite e estou a passos de formiga.

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