quarta-feira, 9 de maio de 2012

"Para Sempre": Imortais que não são vampiros (Renata Lima)

Alyson Noël nasceu em 3 de dezembro de (dizem) 1962 e tem um currículo tão diversificado quanto o meu: já foi babá, balconista de loja, assistente administrativo, atendente de joalheria e galeria de arte, recepcionista e comissária de bordo da Delta Air Lines. Em 2005, a jovem Alyson escreve seu primeiro: "Fingindo ter 19 anos", mas foi com a série Os Imortais que ficou internacionalmente conhecida. O primeiro livro da série "Para Sempre" foi publicado em Fevereiro de 2009 e rapidamente se tornou um best-seller do New York Times.

Para começar, queria dizer que relutei muito em ler esse livro. Alguns blogs fizeram uma descrição um tanto vaga, mas era quase unânime que o livro era maravilhoso. Sempre fui meio do contra, então a unanimidade não me disse muita coisa, até que um dia, conversando com a minha amiga fofa Priscila Saroa, ela elogiou muito a série toda, a autora e tal e resolvi dar uma chance ao livro e colocá-lo pra cima na minha pilha de leitura (que já tem 29 andares).

Já criei uma implicância com o livro antes da história começar. O livro em inglês se chama "Evermore", um certo trocadilho cheio de significado com o nome da personagem – Ever, o que realmente não tinha como colocar na tradução, a não ser que traduzissem o nome próprio da personagem como Sempre. Mas quem se chama Sempre? É uma dessas coisas que não tem como resolver, mas, como tradutora, confesso que rolei na cama de noite pensando em uma forma. Não achei. 

Na página anterior ao capítulo um tem uma página com “as cores da aura e seus significados”. Sério? Um saco ver as pessoas com auras e ter que voltar a essa bendita página pra saber o que cada cor significa. Não tinha um jeito mais fácil? Aparentemente não. Ou você para o ritmo da leitura pra ir lá ver ou manda tudo pro espaço e vai lendo sem saber o que a aura tal significa. Muitas vezes a própria situação é bem autoexplicativa.

Nossa avaliação - 6.5
Mas vamos à história em si: Ever é o que poderíamos descrever como depressão ambulante. Ela cobre o corpo todo, anda de casaco de capuz e assiste à aula com um iPod no ouvido. Por ser uma pessoa arredia e distante, muitos julgam isso por rebeldia ou estranheza, mas o motivo de Ever ser assim é outro: ela foi a única sobrevivente do acidente de carro que matou toda a sua família. E sobreviver ao acidente fez com que ela desenvolvesse certos dons paranormais como ler pensamentos, ver auras e conhecer todo o passado de uma pessoa apenas tocando-a, dons esses que ela não consegue controlar.

Se a vida de Ever antes do acidente era quase perfeita (ela era líder de torcida e namorava o garoto mais popular do colégio), ela agora leva uma vida de anulação. Mora com a tia Sabine, com quem não tem afinidade, e vive de uma forma quase reclusa, sem permitir que as pessoas se aproximem muito. Seus únicos amigos são Miles – um rapaz divertido, muito à vontade com sua homossexualidade, Haven - a gótica chatérrima que tem necessidade de atenção 24h por dia, e Riley, sua irmã morta, a quem ela vê com frequência dentro e às vezes fora de casa e com quem tem discussões realmente desnecessárias e muitas vezes chatas, apesar de Riley ser uma das melhores personagens do livro.

Mas todo esse afastamento acaba quando Ever conhece Damen, um rapaz encantador que faz com que todas as vozes se calem como que por milagre e de quem ela não consegue ler o pensamento (como Edward e Bella de “Crespúsculo” só que ao contrário). Damen faz truques de mágica usando tulipas e rosas, o que intriga Ever, mas não vou falar das flores pra não criar spoiler. Mas com o mocinho também vem a bandida Drina, uma mulher sedutora disposta a lutar contra Ever pelo amor de Damen há várias encarnações. 

O problema é que Damien só aparece no livro para encantar Ever e despertar a ira de Drina contra ela, porque efetivamente ele não tem papel na história. Ele some durante longas passagens para reaparecer, causar um desconforto qualquer (geralmente uma discussão com a chata da Ever por bobagem) e sumir novamente deixando mais problemas para a mocinha resolver, quase sempre sem ajuda. E quando aparece a vidente, a gente fica com a falsa impressão de que "agora vai! Ela vai receber ajuda e vai finalmente aprender a controlar os poderes que tem". Ledo engano. A chata da Ever reluta em consultar a vidente, deixando o livro ainda mais chato! 

Alyson Noël escreve muito bem, disso não há dúvida. A narrativa flui bem, apesar da chatice dos personagens, mas o tema realmente... Eu pergunto a vocês, amigos do blog, um ser sobrenatural que vive bebendo um líquido vermelho de uma garrafinha e que não morre é o que? Imortal. Porque já diriam Sandy & Júnior “o que é imortal não morre no final”. Entendi. Mas não é vampiro porque não bebe sangue. Então que diacho é esse líquido vermelho? Alguma estratégia para que a gente se pergunte isso e de curiosidade pegue os outros livros da série?

Para mim não rolou. Sabe quando você termina um livro mais por obrigação do que pelo prazer da leitura? Foi mais ou menos assim. Ever é uma mala, sempre quebrando o clima, sempre se questionando se deveria ter sobrevivido ao acidente, quase sempre mal humorada, carrancuda, tendo discussões infantis com a irmã. Damen aparece e desaparece só pra criar um clima de mistério. Haven é a mala do livro. Miles é espirituoso, mas é deixado de lado em boa parte do livro. Drina é meio vilã de novela mexicana e Riley, a melhor personagem foi reaproveitada em outra série, que talvez, em minha humilde opinião, seja bem melhor do que essa.

Outros livros da Alyson Noël:
  • Fingindo ter 19 anos (10 Fevereiro 2005)
  • Art Geeks and Prom Queens (11 Agosto 2005)
  • Laguna Cove (25 Julho 2006)
  • Fly Me to the Moon (26 Dezembro 2006)
  • Kiss & Blog (15 de Maio 2007)
  • Em Busca de Zoë (4 de Setembro 2007)
  • Cruel Summer (27 de Maio 2008)
  • Forever Summer (25 de Abril 2011)

Da Série Os Imortais:
Outubro/2009
Junho/2010
Novembro/2010
Fevereiro/2011
Maio/2011

Da série Riley Bloom (a fantasminha camarada, irmã da Ever de Os Imortais):

Radiante (31 Agosto 2010)
Luminoso (15 Março 2011)
Terra dos Sonhos (Janeiro 2012)
Whisper (sem previsão de lançamento no Brasil).

Em 28 de Março de 2011, Alyson Noel anunciou que os direitos de filmagem de todos os livros da série Os Imortais e os spin-offs (a série Riley Bloom) foram adquiridos pela Sumit (conhecida pela adaptação da série Crepúsculo de Stephenie Meyer).

6 comentários:

  1. Se o livro não é bom, a resenha ficou excelente.
    kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
    Adorei !

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  2. Vão me apedrejar na rua depois dessa resenha.

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  3. Uma mistura de Crepúsculo com a série Wake-Fade-Gone... ?
    Ta faltando criatividade pra esse povo ne ?!

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  4. Nessa seria na minha opinião aconteceu o seguinte... 1° livro super cool pois a atitude dela de não existo combina comigo; do segundo ate o quarto ou quinto fica um porre.... mas tem coisa importante pra se saber depois, então eu li!! Ela só faz besteiras uma atras da outra nesses livros e passa o resto da serie querendo concertar; o ultimo livro infinito foi o melhor de todos, pois ele faz sentido e ela resolve os problemas sem criar outros.
    Indico só para quem tem paciência e gosta de quando os malvados tão se dando bem e a mocinha só faz besteira a maior parte do tempo.

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    1. Isso me faz lembrar a série da P.C. Cast! Marcada, Traída, Indomada etc... ou seja, não vou continuar MESMO!

      Beijos e obrigada pelo comentário!

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