A dupla dinâmica Myron e Win (Carla Cristina Ferreira)

A Renata já falou em outros posts sobre Harlan Coben e depois de algum tempo fiquei interessada em ler seus livros. A Rê então me disse que eu iria me identificar muito com a série do personagem Myron Bolitar e seu parceiro Win.

A Rê já falou aqui do “Quebra de Confiança", primeiro livro onde a dupla dinâmica aparece e que li recentemente. A continuação das aventuras de Myron e Win se passa em “Jogada Mortal” onde a dupla começa a trama em um debate interessante sobre os antigos personagens da série “Batman”, sim aquele homem morcego de collant cinza e barrigudo.

Nossa Avaliação - 8.5

A história se concentra no assassinato de Valerie Simpson ocorrido no meio de uma campeonato de tênis nos Estados Unidos, onde Myron está para dar suporte ao seu mais novo bem-sucedido cliente Duane Richwood que acaba se transformando no principal suspeito. Myron insatisfeito com o rumo das investigações resolve com a ajuda de Win e sua assistente Esperanza (ex-lutadora de luta livre) desvendar esse mistério.

Até ai tudo bem, certo? Mais o que realmente motiva a leitura é o personagem: seu carisma, seu sarcasmo, seu jeito nada humilde de se achar um cara irresistível e seus diálogos hilários com Win. Simplesmente de morrer de rir.

Myron é um ex-jogador de basquete que sofreu um acidente nas quadras, impossibilitando-o de continuar sua carreia em ascensão. Como a vida segue, Myron se formou em direito e passou a agir como agente esportivo agenciando e auxiliando seus clientes a saírem de várias enrascadas. O problema de Myron em minha opinião: ele é carente e passional e isso faz com que ele leve alguns pés na bunda e despenquem para o fundo do poço. Possui uma espécie de “síndrome do cavaleiro branco”, sempre disposto a resgatar a pessoa em perigo, mesmo que ele não tenha nada haver com a história; ele acaba tomando as dores da pessoa e partindo para briga ou para resolver um problema cabeludo. Seus melhores amigos Win e Esperanza o definem como uma mocinha.

Quem lê Win pensa logo que o cara é oriental, né? Nada disso, ele é na verdade Windsor Horne Lockwood III um cara também boa pinta, cheio da grana, nem um pouco humilde e às vezes metido a besta, além de sarcástico. Apesar do jeito de playboy, Win é pau para toda obra quando o amigo precisa de ajuda, principalmente quando é para entrar em uma briga; esconde suas emoções; é do tipo que só topa sexual casual e gosta de coisas requintadas. Mas ele possui um lado negro que os seus inimigos sempre subestimam e por isso acabam se ferrando. Juntos a dupla “Batman e Robin” vai desvendar muitos podres e dar muitas porradas. 

O legal da série Myron Bolitar é que os livros são cheios de reviravoltas e quando eles terminam a gente fica com aquele gostinho na boca de quero mais. O problema é que a Arqueiro, responsável pela publicação dos livros aqui no Brasil, não publicou os livros na ordem certa e muita gente ficou perdida (levante a mão se você foi um o/) e para piorar deixou de publicar outros seis livros.

Imagina o susto que levei ao ler “Quando ela se foi” (que a Rê também resenhou aqui pro nosso blog) e constatei que a história deu um salto de 10 anos! Isso mesmo! Fiquei sabendo de coisas pela metade que agora eu fico tentando imaginar como aconteceram (hummm acho que vou ter que caçar os livros no Kindle).

O único furo na série para mim é não se falar do passado de Myron e Win quando ambos trabalharam para o FBI (vira e mexe Coben comenta o fato, mas não entra a fundo no assunto). Ou isso ou então o fato é comentado em alguns dos livros que ainda não foram traduzidos para o português. Imagino o escarcéu que esse dois não fizeram no alto escalão do FBI.

Para quem já é fã do autor ou ficou curioso para ler a série do Myron, a ordem cronológica correta dos livros é:

Deal Breaker – Quebra de Confiança

Drop Shot – Jogada Mortal

Fade Away

Back Spin

One False Move

The Final Detail

Darkest Fear

Promise Me

Long Shot – Quando Ela Se Foi

Live Wire – Alta Tensão