No final
do ano passado foi lançado o mais novo filme de Ang Lee, As Aventuras de Pi. Depois que vi o trailer, fiquei interessada e
lá fomos nós para o cinema. Só mais tarde é que descobri que o filme é baseado
no livro de Yann Martel, “A Vida de Pi”, publicado originalmente em 2004 pela
Rocco.
O
filme foi uma agradável surpresa, apesar de não concordar com a sutil alteração
no título, pois a troca de VIDA para AVENTURAS leva o público a crer que se
trata de um filme para toda família, inclusive para crianças e não é bem
assim...
No
geral o livro aborda a vida de Piscine “Pi” Molitor Patel, a origem do seu
nome, sua devoção incomum a Deus e como durante uma viagem da Índia ao Canadá,
seu navio afunda e ele se vê sozinho em um bote salva-vidas com uma zebra, um orangotango,
uma hiena e um tigre.
Vou já
adiantando e dizendo logo que não se trata de um livro de leitura fácil, pois
parece muito com uma novela, onde cenas muitas vezes sem sentido para a trama
acabam se sobrepondo ao que realmente interessa. O livro é bom, mas não é
qualquer pessoa que encara; pois é preciso bastante abstração, principalmente
quando chegamos ao final da história.
Algumas
cenas são bastante fortes e requerem certo estômago, mas a leitura compensa. O
livro é cheio de mensagens que nos fazem olhar para dentro de nos mesmos. Como,
por exemplo, quando três líderes espirituais se encontram com Pi e sua família
e o intimam a escolher uma religião, pois Pi quer ser hindu, cristão e muçulmano Sua reposta para questão é simples: “Gandhi disse: ‘Todas as religiões
são verdadeiras’. Eu só quero amar a Deus”. Que tapa na cara para aqueles que
acham que a sua religião é melhor do que a dos outros, deixando assim todos
constrangidos.
Nossa avaliação 8.5 |
É claro
que todo o clímax se concentra em sua permanência no bote e em como irá sobreviver
mediante as circunstâncias. É interessante como Pi descreve que o medo é “o único verdadeiro adversário da vida;
só o medo pode derrotar a vida, pois ele é inteligente e traiçoeiro”.
Imagine você em um bote com um tigre que a qualquer momento pode fazer
você em picadinhos. Agora imagine que é exatamente esse tigre a única razão que
o impele a viver, pois sem ele você já taria desistido de viver, ao se
deparar sozinho com o seu desespero.
O
livro é muito subjetivo e cada um tem uma interpretação diferente dos fatos e
vai levar uma mensagem diferente para si, mas o fato é que a leitura, tanto quanto
as imagens espetaculares de Ang Lee, nos transporta para outro plano, onde
passamos a ter consciência de nos mesmo e de Deus.
Se entendi bem é um livro com mensagens subentendidas? Realmente não é o tipo de leitura fácil, o que não significa que não é interessante, não é mesmo?
ResponderExcluirBeijos,
Rafa
Blog Melody
http://rafaacarvalho.blogspot.com.br/
Tem algumas mensagens sim, Rafa. Apesar da dificuldade, acho que a leitura vale a pena, mas se está na dúvida veja o filme antes.
ExcluirBjs.
Eu assisti ao filme e gostei muito. Vale a pena!
ResponderExcluirmuito interessante, quantas vezes, em nossas vidas estamos nesse bote? amei o filme,,,abraço, lucia silva
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