segunda-feira, 22 de julho de 2013

Mais um pouco de Poirot (Carla Cristina Ferreira)


Chegou a minha vez de falar sobre um livro de Agatha Christie... Apesar de seu sucesso e de seu grande número de fãs, infelizmente não sou fã do trabalho de Christie (questão puramente de gosto), mas reconheço a importância de seus livros para a literatura. Vale lembrar que não é porque o livro é um clássico que ele deve ser apreciado por todos.

Nossa avaliação - 4.0
No meu caso, por falta de opção, acebei escolhendo “Morte na Mesopotâmia” (escrito em 1936) que traz mais uma vez o detetive Hercule Poirot e que narra seu trabalho antes de embarcar no Expresso Oriente (faço menção aqui do livro “Assassinato no Expresso Oriente”, que foi minha primeira experiência com a autora).

Aqui temos como narradora dos fatos a enfermeira Leatheran que foi contratada para ‘cuidar’ dos nervos de uma paciente durante uma expedição arqueológica. Sua paciente Louise é uma mulher bonita, inteligente e manipuladora, que apesar dos seus tormentos não consegue em nenhum momento conquistar a afeição do leitor. Louise começa, inesperadamente, a ver um rosto contra a janela, uma mão decepada, levando seus nervos à flor da pele. Nenhum membro da expedição parece saber o que a atormenta e o clima na sede está carregado, levando a um desassossego generalizado.

Finalmente Louise acaba desabafando seus temores para a enfermeira, apenas para aparecer assassinada dias depois. Quem poderia ter cometido tal ato? Por que razão? E pior ainda: como? Já que nenhuma pessoa estranha esteve no pátio que dava acesso a cena do crime. Uma missão para Monsieur Poirot.

Adoro suspenses policiais, mas acho que depois que a gente se depara com Sherlock Holmes de Arthur Conan Doyle todo o resto parece não fazer sentido. Foi esta a sensação que tive com Poirot, pois seu método investigativo não convence; não há nada de realmente concreto que aponte quem é o assassino, mesmo depois de seu interrogatório, pois nenhum membro da expedição possui álibi, qualquer um pode ser o culpado. Inclusive foi bem fácil descobrir quem era o assassino. Não há fatos reais que culpem ou inocentem um suspeito, há apenas suposições.

Outro fator que me incomodou foi a descrição de um universo feminino no qual as mulheres são fúteis, mesquinhas, manipuladoras e egoístas. Apesar de ser escrito por uma grande mulher, achei o livro machista.

Infelizmente foi uma leitura entediante, apesar das 220 páginas. 


Sobre o Autor do Mês:


Agatha Christie (1890-1976) foi uma romancista policial britânica, autora de mais de oitenta livros. Seus livros são os mais traduzidos de todo o planeta, encontrados em mais de 100 idiomas. Venderam mais de quatro bilhões no total, superados apenas pela Bíblia e pelas obras de Shakespeare. Conhecida como "Duquesa da Morte", "Rainha do Crime", dentre outros títulos, criou os famosos personagens Hercule Poirot, Miss Marple, Tommy e Tuppence Beresford e Parker Pyne, entre outros. Ela é a autora de oitenta romances policiais e contos, dezenove peças e seis romances escritos sob o pseudônimo Mary Westmacott.

                                                                                                                    Fonte: Wikipedia

2 comentários:

  1. Olha, eu sou fã da Agatha Christie, mas só porque acho que as histórias delas são muito bem escritas e elaboradas. Confesso que os personagens dela (na minha opinião) não são muito cativantes, nem mesmo Poirot... Na verdade, a única que eu gostei muito foi Miss Marple, ela foi uma detetive incrível...
    Mas pessoalmente prefiro Conan Doyle e seu Sherlock Holmes, tenho a coleção, e eu simplesmente amo esse personagem!
    Muito bom esse post, parabéns!

    Abraços!

    http://pecasdeoito.blogspot.com.br/

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    1. Eu não sei se encararia mais um livro da autora, mas talvez, muito eu ainda leia Miss Marple.

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