Nossa avaliação - 8.0 |
No ano passado nós nos
surpreendemos com “O
Oceano no Fim do Caminho”; gostamos tanto que ficamos loucas para ler mais
de Neil Gaiman e foi uma sorte encontrar baratinho no sebo, “Coraline”.
Com certeza alguém já deve ter
ouvido falar de “Coraline”, a animação, pois o filme é baseado nesta obra “infantil”
de Gaiman. Curiosa, assisti ao filme primeiro (que por sinal é bem fiel ao
livro) e só depois consegui por as mãos no exemplar, publicado pela Rocco Jovem
Leitores.
Como diz o título, a nossa
protagonista é uma menina chamada Coraline que acaba de se mudar para uma
grande e velha casa que foi subdividida em quatro apartamentos. Seus vizinhos
são duas velhinhas simpáticas e um velhote excêntrico e nenhum deles consegue
falar o nome da menina corretamente. Apesar da excentricidade Coraline não
estranha muito seus vizinhos, pois ela também é um pouco excêntrica: ela gosta
de explorar, de roupas chamativas, de cores berrantes, mas sua mãe nunca coloca as
roupas de Coraline quer, sempre optando pelo lugar comum, o que todo mundo usa.
Os pais da menina vivem
trabalhando em casa, sem tempo para dar atenção à menina que acaba ocupando seu
tempo explorando, até que quando chove e é impossibilitada de sair acaba
descobrindo uma porta na sala de visitas. Curiosa, a menina resolve explorar o
que há atrás da porta e para sua surpresa ela descobre um caminho para um
apartamento muito parecido com o seu, onde os habitantes são muito parecidos
com seu pai e sua mãe, mas há algo de estranho com eles: no lugar dos olhos
eles possuem botões!
Esse outro pai e outra mãe são o
oposto dos pais de Coraline: dão-lhe atenção, compram as roupas chamativas que
ela gosta, cozinham comida de verdade! Atraída, a menina pensa que poderia
viver nesse mundo novo, com esses pais maravilhosos, há até os ‘mesmos’ vizinhos,
mas esses acertam o seu nome. Mas para viver nesse mundo há um preço a pagar,
um preço que Coraline não está disposta a pagar!
Basicamente o livro nos mostra o
processo de criação de identidade de Coraline e como ela vai aos poucos se
desapegando das figuras dos pais, se tornando independente deles. Apesar dela
não ser inteiramente feliz no seu mundo real, os ‘outros’ pais também não a
fazem completamente feliz; é aí que a menina começa a andar com as próprias
pernas tentando aceitar o mundo dela como ele realmente é.
Há também o simbolismo dos botões
como olhos e estes sendo a janela da alma, isto é, se você pagar o preço pelo
que deseja pode acabar entregando a sua alma. Há também o gato preto... Sempre
há gato preto nos livros do Gaiman? Porque no “Oceano no Fim do Caminho” tem
uma gata preta e soube que na HQ “Sandman” também há. É alguma marca registrada
do autor?
“Coraline” é mais um livro de
criança feito para adultos e com ilustrações que nos ajudam a mergulhar mais
profundamente neste mundo de magia e descoberta. Recomendo, tanto o livro
quanto o filme.
Ai... já quero ler!
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