sexta-feira, 20 de junho de 2014

Nem tudo que parece é (Renata Lima)


Hoje eu venho com uma resenha muito especial, a primeira resenha de um livro da nossa primeira parceira, a Editora Caligo. Acho importante ressaltar que, desde o primeiro momento, o pessoal da Caligo nos deixou muito a vontade para criticar o livro, afirmando que não éramos obrigadas a elogiar o livro por causa da parceria e essa é uma política nossa: se não gostamos de algo, nós explicamos o motivo, mas por outro lado, se adoramos é tão complicado escrever uma resenha que não tenha spoiler e que não revele muito do livro, que demoramos para escrever e ficamos nos martirizando por semanas a fio.

É esse o caso de "O Sincronicídio" do autor nacional Fabio Shiva.

Nossa Avaliação - 9.0
Se “sincronicidade” são acontecimentos que se relacionam não necessariamente por relação causal e sim por relação de significado, o que seria então o “sincronicídio”?  "O Sincronicídio" é a história de assassinatos em sincronia que aparentemente não têm ligação, mas que logo descobrimos que existe sim conexão entre eles e descobrir que conexão e essa e quais os motivos cabe ao inspetor Alberto Teixeira.

Falar mais que isso pode acabar estragando a história tão bem construída, então prefiro falar sobre quão criativo é o livro, tanto no desenvolvimento da trama como na inusitada forma de numeração dos capítulos. Não há exatamente uma ordem de capitulação como conhecemos tradicionalmente: os capítulos (começa no 51 e termina no 24) representam cada um dos 64 hexagramas do I Ching. Calma, parece complicado, mas não é, principalmente porque o livro traz um enredo original, muito bem narrado – em primeira pessoa por um personagem não identificado à princípio - focado no inspetor.

Sim, o I Ching tem a ver com a história, assim como o xadrez, e eles estão ligados aos crimes. No entanto a presença dos dois não confunde nem gera estranheza, tudo é muito bem explicado e não é preciso ser um enxadrista (eu, por exemplo, não sabia NADA de xadrez até pegar o livro), nem um grande conhecedor de I Ching para entender a história em si.

A narrativa é inteligente, sagaz, instigante. As deduções do protagonista nos induzem a pensar, a participar, a sermos praticamente seus parceiros nas páginas que se sucedem de forma quase imperceptível.

Existe um quê de Harlan Coben no sentido de que as reviravoltas dão novos empuxos no suspense, sem muita embromação filosófica e divagações sem sentido – que foi o que me fez não curtir muito o livro do Luiz Alfredo Garcia-Roza "O Silêncio da Chuva" (e seu detetive Espinosa), por exemplo.

E, gente, que trabalho editorial lindo e impecável! 

Como Carla e eu conversávamos outro dia, é difícil hoje em dia ver uma editora preocupada com todo o processo editorial do livro, não apenas a parte gráfica, mas tendo aquele cuidado na revisão, na escolha da fonte e no tamanho dela, na diagramação... Aqui ficou tudo perfeitinho e ainda tem pontuação toda especial, com as jogadas de xadrez. Coisa de outro mundo, fiquei encantada!

Para comprar o livro, dê um pulo na lojinha online da Caligo!!! 



8 comentários:

  1. Nossa, fiquei muito interessada em ler esse livro. Vou comprar ainda essa semana.

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    1. Vale muito a pena, Kelly, tenho certeza de que você vai adorar!!!

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  2. Pela sinopse estava interessada em ler, mas depois dessa resenha digo que preciso ler urgentemente!
    Valeu pela dica!

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    1. Aline,
      É muito interessante, acho q vc vai curtir!
      Beijos

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  3. Esse livro além de muito bom é surpreendente de verdade!!! ;o)

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    1. Nem me fala, mana! Inteligente, surpreendente, interessante e muito mais!
      Bjs

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  4. Muito grato por sua leitura tão atenta e por essa linda resenha!
    Viva a literatura brasileira!

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    1. Eu que agradeço esse livro divino, Fabio!!! Parabéns!
      E fiquei lisonjeada com a sua visita aqui!
      Sucesso!
      bjs

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