sexta-feira, 11 de julho de 2014

Personagens inverossímeis acabam com a uma boa história (Renata Lima)


Oi, gente! Como eu já falei em outro post, esse mês o Desafio das Estrelas é uma maratona de livros nacionais - no ritmo da Copa do Mundo no Brasil (embora nossa seleção canarinho não tenha ido tão bem quando a gente esperava)! Nesse ritmo, eu já li seis livros nacionais, mas um deles eu resolvi deliberadamente não resenhar por ter achado muito ruim!

Na quarta-feira, eu falei sobre "Diário da Queda"do Michel Laub e hoje eu vou falar do inverossímil "Berenice Procura" do Luiz Alfredo Garcia-Roza e do rapidinho e interessante "Feliz Ano Novo" do Rubem Fonseca!

Nossa Avaliação - 5.0
Em "Berenice Procura" um travesti é encontrado morto a facadas na praia de Copacabana. Um crime como
outro qualquer se não houvesse como testemunha um sem-teto e se o sem-teto não tivesse por testemunha um pivete, que também acaba morrendo em circunstâncias suspeitas. Tudo seria mais um crime no meio de tantos se a criança que tivesse encontrado o corpo não fosse o filho de um diplomata estrangeiro.

Curiosa e intrépida, Berenice, uma taxista de 34 anos, encafifada com o caso, começa a trocar ideias com seus passageiros. Ela é ex-mulher de Domingos, um jornalista freelance que foi um marido violento, mas que ainda permanece na vida de Berenice por conta do filho, Tiago, e da mãe de Berenice, que cisma que os dois têm que ficar juntos. E é através de Domingos e de seus outros passageiros que temos contato com o desenrolar do caso.

Ao mesmo tempo conhecemos Russo, o sem-teto que viu um homem descer para a areia da praia com o travesti e subir sozinho. Russo vive de pequenos furtos e dorme na obra que viria a ser o metrô de Copacabana por conivência de um vigia, a quem paga com bebida. Temeroso porque foi visto agachado na praia por um menor de rua, Russo tenta descobrir quem é o menor e pouco tempo depois é avisado de que o menor morreu ao cair de cabeça dentro de um bueiro. Russo precisa então descobrir quem pode estar por trás desses crimes e como ele se encaixa nessa dinâmica do acaso.

O livro tem um enredo interessante, mas não me convenceu. As atitudes de Berenice beiram o absurdo, como entrar sozinha na obra do metrô atrás de Russo depois de segui-lo por dias de táxi. Ou permitir a presença do ex-marido abusivo encarando-o de igual para igual, xingando demais e o tempo todo se autoafirmando como dona da casa, dona da própria vida, dona do próprio sustento. Cansa.

Nos 75% finais do livro, fiquei com a impressão de que o caso seria resolvido de uma forma esdrúxula ou ainda por cima não teria um final e agora, pensando com calma, se ele não tivesse final seria dez vezes melhor do que a resolução dada pelo autor. Nenhum personagem parece real e eu não consegui me conectar com o livro.

Não gostei, não me cativou, o que me decepcionou um pouco porque eu ainda quero dar continuidade à série do delegado Espinosa (a Carlinha já resenhou os dois primeiros volumes aqui!), mas como ainda tenho muitas leituras para frente, vou deixar pra ler mais de Luiz Alfredo Garcia-Roza lá pra frente!

E quem venham mais livros nacionais!

2 comentários:

  1. Nossa, nota 5.0 é totalmente desestimulante.

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    1. Foi mal... mas tem gente que gostou. Dá uma olhada em outras resenhas, vai que...
      Beijos!

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