quarta-feira, 22 de abril de 2015

Até onde ir por amor? (Lucyclenia)


Nossa Avaliação - 100
Em "Na Ilha", de Tracey Garvis Graves, Anna Emerson tem 30 anos e é professora de inglês. Ela aceitou o emprego de tutora por estar em busca de uma nova direção para a vida. Seu aluno é T.J Callahan, um jovem de 16 anos que é obrigado pelos pais, por causa de um câncer, a passar as férias estudando para acompanhar a turma, já que perdeu muitas aulas devido ao tratamento. 

Como toda mulher de sua idade, Anna tem um grande desejo: se casar com o namorado, viverem juntos e pensar na possibilidade de terem um filho. John, o namorado, por sua vez, não sabe o que quer da vida, deixando então que Anna se questione se realmente quer continuar nesse relacionamento desgastado ou não. E ela é o tipo de pessoa que não desiste facilmente do que quer.
Esperei que ela abrisse os olhos. Eles eram impressionantes, grandes e de um tom escuro azul-acinzentado. Foram a primeira coisa que notei quando a conheci. Ela fora ao nosso apartamento para a entrevista com meus pais, e fiquei constrangido porque ela era linda, e eu era magro e careca, e minha aparência estava uma merda.
Anna e T.J. embarcam rumo a Malé, onde os pais de T.J já os esperam na ilha tropical onde ficarão. T.J, não parece muito feliz com a ideia de viajar para uma ilha isolada do mundo, de passar boa parte ao lado de Anna estudando ou de seus pais.

No começo, apesar do mau tempo, tudo vai bem, mas seus nomes não constam na lista de passageiros do voo e a Companhia coloca os dois em um hidroavião na última hora. Mas após alguns minutos no ar, Anna percebe que algo estranho está acontecendo com Mick (um piloto gorducho que parece estar a ponto de explodir) e um início de ataque cardíaco resulta em um pouso forçado na água. Mick infelizmente não resiste.

Quando achei que, mesmo no início do livro, tudo tinha chegado ao fim, eis que acontece uma surpresa: T.J. avista uma ilha e consegue levar uma Anna ainda desacordada para lá. Agora os dois têm um único objetivo: chamar a atenção dos aviões que passarem no local, mas a esperança de resgate dos primeiros dias vai sucumbindo mediante a solidão, a fome, a sede e o desespero de terem sido esquecidos.

Passam-se dias, semanas, meses e até anos. Aniversários, ações de graças, natais e, ao perder totalmente as esperanças, os dois tentam sobreviver da melhor maneira possível, já que não sabem até quando vão ficar por lá. E, apesar de tudo, eles tentam manter a esperança viva, enfrentando as tempestades, o calor, os tubarões, a falta de abrigo, o medo das doenças e o fato de T.J. estar vulnerável a um novo câncer me deixou apavorada.

Tendo que aprender a viver da melhor maneira possível, sem luz, sem sabonete, sem pasta de dente, sem roupas, tendo que caçar para não morrer de fome, laços estreitos começam a ser criados. Se inicialmente Anna sentia necessidade de cuidar e proteger T.J., com o passar do tempo a carência vai chegando e o desejo carnal aumentando. Anna e T.J deixam de ser somente professora e aluno e passam a ficar cada dia mais íntimos.

Só queria deixar bem claro que, quando enfim acontece algo entre os dois, T.J. já era maior de idade, já tinha deixado de ser um simples menino e havia se tornado um homem. Nada é forçado, ele já responde pelos seus atos e tudo transcorre de uma forma muito natural. No começo do relacionamento dos dois, confesso que fui contra, mas a autora Tracey Graves me fez perceber que o que os uniu ia muito além de necessidade física de ambos personagens, eram as conversas,  as descobertas e os segredos que um confidenciava ao outro, assim como acontece em qualquer relacionamento.

A pergunta é: até quando eles vão aguentar? Quanto tempo ainda ficarão lá até serem resgatados por alguém? Será que eles vão conseguir resistir a tudo por amor?
Ela pareceu surpresa, talvez porque não esperasse que a água fosse cobrir sua cabeça, ou talvez porque eu estava com as minhas mãos na bunda dela.
- Não estou mais nem um pouco entediado agora, Anna.
Na verdade, se eu a descesse um pouco, ela sentiria exatamente como eu não estava entediado.
- Ótimo.
Ela ainda estava com os braços e as pernas ao meu redor, e eu já estava pensando em beijá-la,quando ela disse:
- Temos companhia.
Olhei para trás e vi quatro golfinhos nadando na laguna.
Mas tudo o que é bom sempre tem um "mas" né? O que me irritou foram as repetições de seus momentos íntimos. Parecia até que depois que tudo  que houve, eles passavam 24 horas apenas nisso. Além do mais, durante a leitura, algumas partes da história me lembraram muito o filme A Lagoa Azul e O Náufrago, ainda que "Na Ilha" consiga desenvolver a história de uma forma mais marcante. 

No mais, é um livro lindo, delicado, bem mais maduro, de leitura fácil, um livro que te conquista aos pouquinhos e mais uma vez nos prova que através do amor conseguimos tirar forças até de onde não as temos.

Apesar de ter quase 300 páginas, não há enrolação. Cada capitulo é rico em detalhes o que motiva você a ficar atento para não deixar nada passar. Me senti totalmente envolvida e vivi esse período na ilha junto com Anna e T.J.!

Super recomendo o livro. Experiência inesquecível.

Até a próxima!

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