terça-feira, 26 de maio de 2015

O fim da trilogia Apocalipse Z! (Renata Lima)


Amigos leitores, chegamos aqui ao terceiro e último livro da trilogia Apocalipse Z de Manel Loureiro Doval, intitulado "A Ira dos Justos"! Para quem não leu os livros anteriores, aqui tem resenha de "O Começo do Fim", o primeiro volume, e "Os Dias Escuros", o segundo volume. Preciso dizer que a resenha de hoje contém spoilers desses dois livros anteriores? Acho que não, né? Então vamos ao livro!

Nossa Avaliação - 8.5
Nosso protagonista, até então não nomeado, era um advogado proeminente que morava e trabalhava em Pontevedra na Espanha. Após a morte da esposa, ele se isolou, virou um alcoólatra e estava aos poucos se recuperando, graças ao gato Lúculo, presente da irmã, quando perto do Natal um ataque de um grupo extremista no Daguestão, que tentavam assaltar um depósito de armas, dá errado e se deparam com um laboratório soviético, detonando o lugar e liberando assim o poderoso vírus TSJ, que se espalha pelo mundo com uma rapidez assustadora. 

O vírus trouxe uma morte violenta e tinha mais ou menos as mesmas características do ebola, mas no fim, os mortos se levantavam, transformados em mortos-vivos, ou não-mortos, como são nomeados. A população foi dizimada, os governos caíram, a imprensa não existia mais e não havia outra alternativa senão empreender uma fuga desesperada e encontrar outros sobreviventes e para isso nosso protagonista fugiu de barco para a cidade vizinha, Vigo, onde fez amizade com o piloto ucraniano Víktor Pritchenko (Prit) montando uma dupla digna da série MacGyver! 

Aos dois juntaram-se Lucia, uma jovem separada da família durante a evacuação que se escondeu no porão de um hospital, e uma freira Irmã Cecília, que teve um destino trágico no segundo livro ao fugirem para as Ilhas Canárias, um enorme acampamento de refugiados sob uma rígida repressão militar onde tudo era racionado de forma feroz! 

Temendo por suas vidas depois de serem obrigados a participarem de uma missão quase suicida em Madri, eles decidiram deixar o acampamento e acabam chegando à um local que surpreendentemente sobreviveu ao apocalipse, mas que vive dividido como um campo de concentração na época do holocausto. Brancos de um lado, pessoas "de cor" e trabalhadores, chamados "hilotas" de outro. O interessante é que neste local, as pessoas que foram mordidas ou atacadas por zumbis não se tornam mortos-vivos por meio de um soro desenvolvido por um cientista em um laboratório subterrâneo.

O problema maior é que a divisão racial causa constrangimento e ira, principalmente a de Lucia, que a essa altura já está quase casada com nosso protagonista. Jovem e impulsiva, Lucia enfrenta o mandachuva local, grita, esperneia e não entende que seus atos podem ter com consequências desastrosas para si e para seu grupo de amigos. Mesmo com o alerta constante de nosso protagonista, Lucia vira um alvo fácil e acaba tendo problemas na cidade, tendo que fugir para o outro lado da cerca, aumentando as tensões entre brancos e não-brancos. 

Como se nada disso bastasse, os norte-coreanos, que foram intocados pelos vírus, descobrem o local pesquisando reservas de petróleo e ao visualizarem que o lugar está ocupado, começam a preparar uma ofensiva militar pesada. Pior ainda é quando descobrem sobre o soro que a cidade produz!

Dos três livros, esse é, sem dúvida, o livro mais cheio de ação e, mesmo que às vezes as coisas pareçam muito inverossímil, no geral o livro cumpre muito bem o que propõe: entretenimento puro e simples, muito sangue, ação e aquela velha ideia de que a pior tragédia que se desenrola quando nos deparamos com qualquer desastre que seja é a tragédia humana; o quanto o ser humano pode ser egoísta, ganancioso, mercenário, opressor e cruel em busca pelo poder!

Confesso que não gostei muito do final do livro, apesar de ter feito sentido no âmbito geral, mas acho que poderia ser melhor!

Nota 8.0 para toda a trilogia!


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