terça-feira, 23 de junho de 2015

A versão feminina de uma dupla dinâmica de Harlan Coben (Renata Lima)


A primeira impressão que tivemos desse livro foi de que seria um livro engraçado, leve e, claro, cheio de suspense, mistério e reviravoltas. Obviamente, Harlan Coben não nos decepciona nesses quesitos e por fim, "Que Falta Você Me Faz", cumpre o que promete, apesar de ir perdendo o fôlego aos poucos e culminar em um final um tanto rápido.

Nossa Avaliação - 9.0
O livro conta a história da policial Kat Donovan que, por causa da amiga maluquete Stacy, ingressa em um site virtual de encontros já que desde que seu noivado com o jornalista Jeff acabou tudo que ela conseguiu foram relacionamentos breves e apenas de cunho sexual. Ao passar os olhos por fotos de futuros possíveis-namorados, Kat se depara com a foto de seu ex-noivo e, depois de muito ponderar e conversar com a amiga, decide enviar uma mensagem para Jeff com uma música que faz parte da história dos dois.

O que Kat não imagina é que Jeff responda à mensagem de uma forma fria e desinteressada e, apesar de chateada com o tratamento, Kat decide deixá-lo em paz, já que o relacionamento teve um fim bem mal explicado que ainda a deixa triste e abalada só de lembrar. Ela parte então para outros encontros - engraçadíssimos, diga-se de passagem - e tenta seguir a vida e elucidar o assassinato de seu pai, também policial.

O assassino confesso de seu pai está morrendo na cadeia e ao visitá-lo pela última vez no intuito de descobrir quem foi o mandante do crime, Kat descobre que a confissão foi falsa. Ela agora precisa começar praticamente do zero, apesar de acreditar piamente que um grande e famoso mafioso está por trás do assassinato e tudo que ela precisa é recolher as provas antigas e identificar algumas digitais que não foram identificadas à época.

Ao mesmo tempo um outro caso aparece: um jovem procura Kat dizendo que sua mãe está desaparecida. O caso não é da jurisdição de Kat, mas ela fica intrigada com a veracidade das informações do jovem e passa a investigar o caso descobrindo que, apesar de não parecer um crime, já que a mãe dele foi viajar com o namorado, há muita coisa estranha a ser explicada.

O livro tem vários personagens secundários e é narrado em terceira pessoa sob o ponto de vista de vários deles, inclusive dos vilões, o que torna a narração interessante, dinâmica e ágil. Temos também menções ao querido Win, personagem dos livros que compõe a série Myron Bolitar, e, em alguns diálogos notamos que Kat e Stacy têm potencial infinito para serem as versões femininas de Myron e Win com suas tiradas engraçadas, suas conversas "nada a ver" e a veia sarcástica que as duas têm diante de tudo. É interessante notar que Stacy já teve um romance com Win, mas isso não é muito explorado no livro.

Se no começo notamos esse potencial de uma dupla dinâmica de saias, ao longo do livro esse potencial vai se perdendo e Stacy mal aparece do meio para o final. O livro adquire um tom mais sério, mais sombrio e mais investigativo, o que não é de todo ruim, mas deixa a desejar porque as partes Kat-Stacy são super engraçadas.

E como em todos os livros do Harlan Coben, quando você acha que já descobriu tudo, aparece alguém que te dá uma rasteira e diz que você é um John Snow e "não sabe de nada". E de repente uma personagem faz a diferença no livro todo e explica tudo em poucas páginas. Harlan Coben sendo Harlan Coben!

No mais, mais um trabalho caprichado da Arqueiro com pouquíssimos erros de revisão que, muitas vezes, passam batido! 

Corre pra ler!

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